quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Desenvolvimento e Politicagem em Limeira.


Os acontecimentos desta semana na Câmara de Limeira (7 de dezembro) e os acontecidos em Brasília com o Mensalão dos Democratas podem ter pontos em comuns. O projeto que estava sendo votado propunha uma redução geral do ISS no município. A Prefeitura é contra, pois conforme justificado, a Prefeitura possui incentivos mais interessantes. Mas daí, me questiono: interessante para quem?


Com essa lei, qualquer profissional liberal ou empresa poderá ter desconto e não precisará se sujeitar a pedir para os amigos do Rei a isenção. O custo político para conseguir essa isenção poderá ser o apoio a uma candidatura política, um mensalinho para algum político ou um cargo para o filho de alguma pessoa “importante” na visão deles. Assim, sempre essa discussão ficará no escuro. Os vídeos de Brasília mostraram justamente isso: políticos escondendo dinheiro na meia ou na cueca. Dinheiro esse vindo de facilitações oferecidas às empresas.

Quando as imagens aparecem na televisão, geram um alvoroço popular e todos se perguntam por que isso está acontecendo? Mas ninguém acompanha e acha normal as atitudes autoritárias como um presidente da Câmara intervir e adaptar as leis às suas necessidades e de seus comparsas e etc. Depois se questiona o leite derramado. Em Brasília, um dos que recebiam dinheiro era o presidente da Câmara Legislativa. Não estou dizendo que aconteça isso em Limeira. Não posso dizer, ou porque nossos vereadores são mais honestos, ou porque ninguém filmou nada em Limeira ainda...

O mais correto nesse caso seria uma lei clara regulamentando a isenção. Aí, muitos podem questionar que essa isenção dificultaria a situação econômica, mas a cidade poderia fazer os cálculos e verificar a possibilidade. Afinal, pelo que foi informado pelos jornais (clique aqui), grandes cidades de nossa região já adotam a alíquota mais baixa. Estamos perdendo empresas para cidades vizinha. Por exemplo, a Gráfica Mundo (antiga MPC) mudou-se para Santa Bárbara D’Oeste. Continua vendendo aqui e boa parte dos funcionários são de Limeira, mas ela mudou-se para diminuir as despesas com impostos municipais.

A cidade tem que decidir para qual foco Limeira vai buscar: ou para o desenvolvimento econômico e social de modo sustentável ou pode buscar um pseudo-desenvolvimento que somente engana o povo e traz pouco benefício para sua população. Eu sou vítima desse triste processo. Tive que buscar emprego em outro município, pois minha cidade não possuía emprego suficiente. E o duro é que diariamente me desloco para Piracicaba e vejo um monte de jovens fazendo o mesmo. Somente para comparar, a linha da empresa Capriolli tem dois ônibus que fazem o percurso de Limeira para Piracicaba de manhã e no final da tarde (6:45 e 7:00) e no sentido oposto tem somente um ônibus. Portanto, como comparação grosseira, temos quase 50 pessoas a mais tomando ônibus para trabalhar em outras cidades, pois Limeira não trouxe oportunidades... é muito triste ver nossa cidade se tornar cada dia mais uma cidade dormitório.

Chega de vermos nossas marcas tradicionais serem fechadas e virar peças de museu: já foi a Prada, União, D’Andréa entre outras. E quando se anuncia novas empresas, as vagas são 30, 50 ou 20. Isso quando vem, porque afinal os nossos digníssimos distritos industriais ficam apenas no papel e nunca são preenchidos na totalidade e os coitados que acreditam sofrem que nem cachorro (clique aqui).

Ou os limeirenses acordam e comecem a agir ou nosso futuro poderá ser cada vez mais negro.

PS: a lei que deu tanta discussão na sessão dessa semana, não foi um chute político do vereador Paulo Hadich, mas foi um pedido da classe empresarial de Limeira através das discussões da Comissão que debateu os efeitos da crise internacional em Limeira, neste ano de 2009.

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