sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Tudo começou com um marceneiro...


Marceneiro denuncia e MP rastreia imóveis
Tudo começou com suposta empresa de fachada de Ricko

As investigações que desencadearam nas prisões de membros da família Félix começaram com denúncias que chegaram ao MP. Um dos denunciantes, cuja identidade não foi revelada, é um marceneiro que teria trabalhado para Constância Félix. Ele contou para promotores que em 2008 foi procurado por Carlos Henrique Pinheiro, o `Ricko', para abrir uma marcenaria. A sociedade acabou se rompendo por desentendimentos e, posteriormente, a testemunha afirmou que descobriu que a razão social da então marcenaria tinha sido alterada: a empresa, chamada `Terra Nova Design', também poderia prestar serviços no ramo de vídeos, filmagens e televisão. "É cristalino que Ricko, assessor de Constância, ludibriou pessoa de pouca instrução (...) e que a Terra Nova Design foi criada para atividades ilícitas", apontaram os promotores, quando do pedido de prisão dos envolvidos à Justiça. Eles também tiveram informações que a empresa não prestou contas à Receita Federal.

A partir desta situação, o grupo especial do MP passou a investigar o patrimônio dos envolvidos. Foi feito rastreamento de todas as empresas e imóveis pertencentes à família Félix - quando se descobriu o uso dos parentes da primeira-dama como possíveis `laranjas' do suposto esquema. A investigação se aprofundou, então, para os lucros dessas empresas (são cinco no total) e também para os patrimônios dos envolvidos. Ao cruzar dados fiscais e patrimoniais, os promotores perceberam que não eram compatíveis.

Por exemplo: atrelados à Fênix Comércio de Plantas e Insumos Agropecuários - empresa pertencente a Maurício Félix, filho do prefeito -, o MP encontrou 12 imóveis no valor de R$ 7 milhões. A Fênix também não teria declarado rendimentos, em alguns anos, à Receita.

HOLDING

O trabalho de apuração chegou também até a TDV Administrações de Bens Ltda. - uma espécie de holding de instituições não financeiras, cujos sócios eram os dois filhos de Félix, as duas irmãs de Constância e um irmão da primeira-dama. Tempo depois, passou apenas para a propriedade de Murilo e Maurício Félix. Após várias alterações feitas no capital social da holding - o último no valor de R$ 1,3 milhão -, o MP detectou que a empresa não teria lastro financeiro ou patrimonial que justificasse o total.

Já a Félix Mudas, muito conhecida em Limeira, constou como detentora de nove imóveis, também com a suposta irregularidade: lucros incompatíveis com seu patrimônio.

O que chamou a atenção dos promotores foram os 25 flats encontrados em nome dos filhos do prefeito - a maioria sediada em um mesmo edifício em São Paulo e com valores variados, a partir de R$ 30 mil a até mais de R$ 200 mil.

Ao analisar os pedidos de prisão feitos pelo MP, o juiz Luiz Augusto Barrichello os considerou "extremamente graves". "Sobre os fatos, em primeira análise, reconheço que há fortes suspeitas da existência de uma quadrilha muito bem estruturada, destinada à constituição fraudulenta de empresas, com a utilização de `sócios-laranjas', contabilidade mascarada e com evolução patrimonial não justificada", citou o magistrado ao decretar as prisões.

Fonte: Jornal de Limeira (aqui)

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