segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Só 19,7% de recicláveis são reaproveitados

Secretário de Meio Ambiente cogitou projeto, mas não avançou na proposta.





Limeira produz cerca de 4,8 mil toneladas de lixo doméstico por mês. Deste total, cerca de 50%, ou seja, 2,4 mil toneladas, é de materiais recicláveis. Porém, nem todo o lixo reciclável pode hoje ser aproveitado. Em média, 473 toneladas acabam passando pelo processo de reciclagem, ou seja, só 19,7% do lixo passível de reciclagem chegam de fato à destinação ideal, sem ser lançado no aterro sanitário junto aos resíduos orgânicos.

De acordo com o diretor da Secretaria de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente, Tiago Valentim Georgette, esse total contabiliza apenas os materiais recicláveis coletados por cooperativas, associações e ecocoletores do município, por meio de projetos com finalidade social, que têm suporte da prefeitura. O número tende a ser maior, se considerado o total coletado por empresas recicladoras.

No ano passado, o secretário da pasta, Alquermes Valvasori, havia cogitado um novo projeto de coleta seletiva para o município, com a prestação do serviço por uma empresa terceirizada, que passaria com caminhões nas ruas. Porém, segundo Georgette, o projeto não chegou a ser elaborado, devido à legislação vigente no País. "A Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída em 2010, determina que a coleta seletiva deve ser trabalhada junto com os coletores".

Porém, a coleta de recicláveis não é feita por completo no município e ainda não existe uma previsão para que seja feita em dias específicos da semana, por exemplo, às segundas e quartas em alguns bairros e às terças e quintas em outros, a exemplo do que é feito em outras cidades. Com o modelo de coleta adotado pelo município, os coletores ainda não chegam a todos os bairros e aí, o material que poderia ser reciclável, vai direto para o caminhão de lixo, junto ao lixo orgânico.

"Além disso, também falta uma consciência maior da população para a separação do lixo reciclável", diz o diretor. "O que vemos é que ainda impera no Brasil a ideia de que a responsabilidade da gestão de resíduos sólidos é só da prefeitura, quando na verdade, é de toda a sociedade, conforme estabelece a Política Nacional de Resíduos Sólidos". Georgette explica que ações pontuais como palestras, oficinas e atividades com escolas são realizadas, visando a conscientização da população para a importância da separação do lixo. Porém, ainda não existe na cidade um programa amplo de conscientização para a separação de orgânicos e recicláveis.

O diretor admite que ainda é preciso uma fiscalização maior em alguns prédios e condomínios da cidade por exemplo, que colocam na rua o lixo orgânico e reciclável juntos. "Ainda é preciso ampliar a fiscalização. Quando está na rua, o lixo é recolhido junto pelo caminhão e depois que vai para o aterro, nada mais pode ser feito. A lei proíbe a recolhimento no local. Se tiver, por exemplo, um saco só com latinhas lá, ninguém pode pegar".
Georgette explica que o que existe é somente uma parceria que alguns prédios estabelecem com os ecocoletores, para evitar a destinação errada de materiais já separados pelos moradores.

NORMATIZAÇÃO

O secretário de serviços públicos, Marcelo Coghi, participou anteontem da primeira reunião sobre a normatização dos resíduos sólidos, que será estabelecida para 46 municípios pela ARES-PCJ (Agência Reguladora dos Serviços de Saneamento das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí).

Segundo o secretário, serão feitas novas reuniões, com o objetivo de levantar a realidade dos municípios para que, posteriormente, sejam estabelecidas as normas, semelhante ao que já é feito com o sistema de tratamento de água e esgoto. "A questão da água funciona muito bem com o acompanhamento da agência reguladora", diz o secretário.

Por meio de questionários, cada prefeitura terá que responder como trata os resíduos sólidos. "Até o final de 2015 ou início de 2016, as cidades terão de cumprir as novas normas. A normatização vai ser desde a coleta até a destinação final dos resíduos", explica Coghi.

Fonte: Jornal de Limeira (aqui)

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